Shared Roots / Private Jokes
Freight + Volume Gallery, Nova Iorque
1 de Março de 2024 a 30 de Março de 2024

Freight + Volume tem o prazer de apresentar Shared Roots / Private Jokes, uma exposição de trabalhos recentes da artista Madalena Pequito, residente em Lisboa. Shared Roots / Private Jokes estará patente na 39 Lispenard St., em Tribeca, com inauguração a 1 de março, das 18h às 20h30, e encerramento a 30 de março. Esta é a primeira exposição individual de Pequito na galeria.
As pinturas de Pequito não só representam o tempo de forma espacial, através da repetição, mas também de forma duracional, por meio de sinais, assinaturas e outras marcações textuais subtis. Em These Roots Put a Roof on My Head, diferentes significados são sugeridos pelas palavras dispersas na cena, semelhante a um fresco, que retrata várias gerações da família da artista. Embora a família esteja unida, como uma fortaleza ou um muro, as grelhas onduladas e os elementos translúcidos da obra instauram uma sensação de abertura em vez de um encerramento definitivo.
Na mesma linha, os números presentes na pintura Growing Pains têm uma fragilidade que contrasta com a sua aparente urgência. Os padrões coloridos que se desenvolvem ao longo da obra sugerem que o tempo linear, com a sua constante medição de perda e separação, serve de camuflagem para algo mais informe, alegre e esporádico.
Em A Book Called the 6th of January, Pequito insere a sua própria imagem na cena—não exatamente como um autorretrato, mas como uma forma de fundir duas temporalidades distintas: o tempo da pintura, construído gradualmente pela artista, e o tempo do espectador, que apenas vê o produto final.
Os trabalhos de Madalena Pequito dão voz a temas carregados de história, como a migração, as linhagens familiares e a identidade. Memórias tanto pessoais como coletivas saturam as suas pinturas em lavagens graciosas de cor e texturas acumulativas. Os gestos inseridos em cada uma das suas imagens oscilam sem esforço entre uma intensidade estratificada e uma translucidez aquosa, conferindo às suas obras uma tipografia oculta, significativa por si só.
A obra de Pequito é tanto uma questão de metáfora e simbolismo como um processo de preservação das pessoas e dos familiares que conheceu ao longo da vida. As suas figuras estão sempre situadas num contexto háptico que reforça o seu desejo de conservar memórias pessoais que, de outra forma, poderiam perder-se numa espécie de amnésia coletiva.
As suas representações maleáveis de objetos e pessoas, bem como o seu uso da linguagem como um gesto aberto e não como uma declaração fechada, criam um nexo familiar de retratos—uma série em desenvolvimento de raízes entrelaçadas e coloridas. Observar as suas obras sob este prisma destaca o simbolismo que percorre a exposição (grelhas, flores, rostos, raízes), ao mesmo tempo que evidencia o entusiasmo e a esperança que animam os espaços cuidadosamente cultivados e as transparências características das suas pinturas. O resultado é tanto simbólico como descritivo: uma viagem por diferentes campos de energia, onde o olhar observa a ordem a emergir de um crescimento exuberante e espontâneo.
Texto de
Jeffrey Grunthaner







